A baixa autoestima da mulher
A dependência afetiva é um distúrbio de comportamento que afeta parte do universo feminino. Na grande maioria confundem carência com amor, oferecem tanto de si mesmas pelo relacionamento que acabam se sentindo sozinhas.
Um número muito grande de mulheres em determinados momentos de suas vidas, dependem de seus
parceiros, ou seja, são pessoas cujas vidas se orientam em função de relacionamentos e não em função de seu próprio bem-estar e interesses pessoais.
São mulheres com baixa autoestima, que colocam outras pessoas em primeiro lugar e estão dispostas a
sacrificar sua felicidade pessoal para não se sentirem sozinhas. Há aquelas que se fixam no relacionamento e fazem dele o centro de suas vidas. São casos típicos de dependência afetiva.
As mulheres que sofrem de dependência afetiva são conhecidas como “mulheres que amam demais ” aqui tem o sentido de amar mais o outro do que a si mesmo de forma doentia, controladora e obsessiva.
Geralmente cresceram em uma família disfuncional, onde suas necessidades emocionais não foram
atendidas de forma adequada . Receberam pouca atenção quando criança, desta maneira tentam diminuir sua carência tornando-se uma pessoa altruísta,dá aos outros mais do que lhe é pedido, esperando receber em troca o carinho de que necessita.
Como nunca se sentiu capaz de transformar seus pais em pessoas mais carinhosas e atenciosas, inconsciente procuram parceiros emocionalmente indisponíveis, repetindo assim o mesmo comportamento que havia na sua família de origem.
Com medo de ser abandonada, buscando estabilidade, fará de tudo para evitar que o relacionamento
termine. Na maioria das vezes abre mão mão do seu tempo, sonho e desejos para agradar ao parceiro e
manter o relacionamento, e as pessoas que lhe cercam.
Com a autoestima baixa, no fundo, não acredita que mereça ser feliz. É dependente do parceiro e da dor
emocional que um relacionamento disfuncional que lhe proporciona. Essa dor é, na verdade, a única forma de contato que tem com seus próprios sentimentos.
A dependência afetiva surge na infância, quando a criança não consegue entender como é que os seus
próprios pais, que deveriam amá-la, possam tratá-la mal, ser negligentes ou mentir para ela ao mesmo
tempo. Portanto, para ela dor e amor são a mesma coisa, e repete esse padrão de comportamento, pois não compreende a situação em si.
Em suas ações sente a necessidade de controlar as pessoas em sua volta, pelo medo de perder, carência e
insegurança. Mas disfarça esse controle, colocando-se como uma pessoa prestativa, sempre pronta a ajudar.
Uma família disfuncional é aquela em que as crianças crescem sem o carinho e a atenção de que precisam, além de não aprenderem a confiar em si mesmas. Um exemplo extraído do livro “Mulheres que Amam Demais” de Robin Norwood.
Quando a família é disfuncional apresenta-se ao menos um do pontos abaixo:
– Dependência de álcool ou drogas (incluindo medicamentos).
– Comportamento obsessivo, comer em excesso, limpar, trabalhar, jogar etc.
– Longos períodos de tempo em que os pais evitam falar um com o outro.
– Um dos pais não desenvolve um relacionamento verdadeiro com a família, permanece ausente e ainda
culpa a família por seu comportamento.
Existem vários tipos de famílias disfuncionais, mas há algo em comum: crianças que crescem nesse
ambiente têm enorme deficiência emocional e serão adultos com problemas de relacionamentos
interpessoais.
Alguns tipos de comportamento que ocorrem com frequência:
– Telefona demais para ele/procura-o demais?
– Gasta dinheiro com cartões, presentes? Escreve suplicantes cartas de amor?
– Oferece demais: lembranças, presentes, vive fazendo-lhe favores, etc.?
– Desistiu completamente de investir em si própria?
– Corre para casa para estar disponível ao parceiro/evitar reclamações/preparar o jantar?
– Tolera excessos, vícios, abuso físico e/ou verbal?
– Sente-se culpada por estar gastando esse dinheiro com você?
– Analisa demais o comportamento dele?
– Não tem acesso a dinheiro ou a cheques e é ele que controla tudo?
– Se compromete a fazer coisas que não quer fazer, e depois acaba não conseguindo dar conta delas?
– Faz coisas para os outros que eles próprios deveriam fazer, ou que prometeram fazer e não fizeram?
– Organiza o guarda-roupa do marido e decide o que ele irá vestir?
O comportamento dependente é às vezes assimilado dentro da própria família, outras vezes é uma resposta a formas variadas de abuso, de disfunção familiar ou de trauma. A mulher aprende a se dar mais do que deveria. Aprende que o que se espera dela é que coloque os outros em primeiro lugar.
Segue o questionário que serve como guia para determinar até que ponto você ama a si mesma.
Responda com sinceridade:
1) Torno-me obsessiva com os relacionamentos?
SIM ( ) NÃO ( )
2) Não consigo perceber que me torno dependente?
SIM ( ) NÃO ( )
3) Minto para disfarçar o que ocorre numa relação?
SIM ( ) NÃO ( )
4) Evito o contato social para ocultar das pessoas meus problemas no relacionamento?
SIM ( )NÃO ( )
5) Repito comportamentos para controlar a relação?
SIM ( ) NÃO ( )
6) Sofro acidentes devido à distrações?
SIM ( ) NÃO ( )
7) Sofro mudanças de humor inexplicáveis?
SIM ( ) NÃO ( )
8) Às vezes ajo de forma irracional?
SIM ( ) NÃO ( )
9) Tenho ataques de ira, depressão, culpa ou ressentimento?
SIM ( ) NÃO ( )
10) Tenho ataques de raiva e violência?
SIM ( ) NÃO ( )
11) Sinto ódio de mim mesma e me auto-justifico?
SIM ( ) NÃO ( )
12) Fico doente devido ao stresse?
SIM ( ) NÃO ( )
Se você respondeu afirmativamente a três das doze perguntas, é uma mulher dependente emocionalmente das pessoas. by Mambo Generated.
A terapia cognitiva comportamental (TCC) pode te ajudar a descobrir padrões de pensamentos e
comportamentos que mantém a dependência afetiva.